Arma da presidenta Dilma, controle remoto pode se voltar contra ela como um bumerangue



Algumas vezes em que se viu questionada sobre conteúdo manipulador de emissoras de TV a presidenta Dilma disse que a solução para esse mal é o controle remoto. Mude de canal quem não estiver satisfeito.

A "solução" presidencial apresenta dois problemas:
1. cartelizados e/ou pautados pelo instituto Millenium, o conteúdo dos canais é geralmente o mesmo. É como trocar seis por meia dúzia.
2. ela como presidenta não pode ignorar a Constituição, que proíbe a uma concessão pública fazer o que a Globo (e não somente ela) faz. Por exemplo:

Meu amigo Hayle Gadelha postou no Facebook o seguinte:

Recebi de um amigo os seguintes dados sobres as entrevistas globais:
1. Aécio
- As três primeiras perguntas, duas de William Bonner Júnior e uma de Patrícia Poeta Pfingstag Soares, foram contra o governo federal e levantavam a bola
- WB perguntou e interferiu 8 vezes
- PP = 7
2. Dilma
- WB perguntou e interferiu 28 vezes
- PP = 10
WB disse que "garantia" 1min30 no final, aos 14:41, e Dilma foi interrompida aos 15:41.
Não apenas nas entrevistas com os candidatos, o Jornal Nacional foi parcial contra Dilma. Antes, o Manchetômetro já havia mostrado os disparates do JN, a ponto de um eleitor ir ao Ministério Público denunciar o abuso e a ilegalidade cometidos pela Rede Globo:
Uma hora, vinte e dois minutos e vinte e seis segundos. Esse é o tempo, de acordo com o Manchetômetro, que o Jornal Nacional, principal telejornal do país, dedicou a críticas à Dilma Rousseff em 2014, ano eleitoral. Seu principal adversário, Aécio Neves, foi criticado por cinco minutos e trinta e cinco segundos - ou seja, 15 vezes menos. O PT, partido de Dilma, recebeu quase três horas e meia de notícias contrárias, enquanto as críticas ao PSDB, de Aécio, duraram praticamente um terço desse tempo.

Em relação a notícias positivas, Dilma recebeu três minutos e trinta e cinco segundos, contra sete minutos e quarenta e dois segundos favoráveis a Aécio.

Baseado neste desalinho editorial do JN, o eleitor Osvaldo Ferreira formalizou uma denúncia ao MInistério Público Federal (MPF) sobre a atuação do telejornal. “Que o MPF apure, mediante as provas juntadas, desvio de função da Rede Globo de Televisão, como concessionária do espectro eletromagnético nas transmissões televisivas em desfavor de um partido político, “in casu” o PT, justamente em um ano eleitoral”, solicita Ferreira. Ele ressalta que a regulação das transmissões televisivas, conforme a Constituição Federal, “devem seguir os parâmetros legais vigentes para todo serviço público, sob concessão ou não, quais sejam, a supremacia do interesse público, da transparência”.

O Manchetômetro é uma ferramenta criada pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (Lemep), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), para medir as manchetes favoráveis e contrárias aos principais candidatos e partidos nessa corrida eleitoral. Na apresentação, o Manchetômetro é explicado como uma ferramenta que não tem nenhuma filiação partidária ou comprometimento com grupos econômicos.[Fonte: MudaMais]
Se a presidenta não tomar cuidado, o efeito bumerangue pode voltar o controle remoto contra ela: em vez de trocar o canal, troca o presidente.


OBS: Não dou links para a mídia corporativa porque eles também não nos linkam quando nos citam.

Madame Flaubert, de Antonio Mello