Importado pela equipe de Marina, desembarca no Brasil o responsável pela ideia do confisco do Plano Collor




Chegou ao Brasil o economista André Lara Resende, que, segundo o ex-presidente Fernando Collor, foi quem primeiro lhe apresentou a ideia de um confisco para "enxugar" o mercado. A informação é de Luis Nassif, que a obteve do ex-presidente, numa entrevista pelos 15 anos do Plano Collor, publicada na Folha [grifo meu]:

A decisão do bloqueio de cruzados foi tomada em uma reunião na casa do ex-ministro Mário Henrique Simonsen, presentes Collor, Simonsen e os economistas Daniel Dantas e André Lara Resende, recorda-se ele.

A conversa sempre esbarrava na questão da liquidez. André era mais falante, Dantas, mais quieto, Simonsen observava. Lá pelas tantas, Lara Resende foi ao ponto:
"Presidente, sem conter drasticamente a liquidez, não haverá como resolver esse problema
!".


(...) No primeiro dia de governo, o presidente Fernando Collor decretava o bloqueio de todos os depósitos que excedessem NCz$ 50 mil (cruzados novos), da conta corrente à poupança. Foi além: impôs um IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) de 15% sobre todos os ativos não-financeiros, como ouro e ações.

Os prejuízos aos brasileiros não ficaram restritos àquela época. Hoje, quase 25 anos após o confisco, o país tem 900 mil ações na Justiça para resgatar R$ 50 bilhões dos bancos. Se a Justiça reconhecer esse direito, os R$ 50 bi que os bancos terão que desembolsar podem desestabilizar o sistema financeiro nacional, segundo avaliação do governo.

Economistas do perfil de Lara Resende (em geral, ligados ao tucanato e à equipe de FHC, de que Lara Resende foi um dos membros) têm reclamado da liquidez, do que consideram salário mínimo elevado e desemprego baixo. Isso favoreceria a inflação. Tanto do lado de Marina quanto do de Aécio, querem arrochar, segurar salários e aumentar o desemprego para "desaquecer" a economia.

A pergunta que muitos já se fazem é: Será que, junto ao Banco Central independente (defendido pelo programa de governo de Marina), virá mais um confisco por aí, caso Marina se eleja?


OBS: Não dou links para a mídia corporativa porque eles também não nos linkam quando nos citam.

Madame Flaubert, de Antonio Mello