FHC LIVRA DILMA, MAS ESPERA QUE LULA DEPONHA SOBRE CORRUPÇÃO: 'JÁ SERIA SUFICIENTEMENTE DESMORALIZANTE'


"Para colocá-lo atrás das grades, é necessário haver algo muito concreto. Talvez ele tenha que depor como testemunha. Isso já seria suficientemente desmoralizante"

Em entrevista à revista alemã Capital, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso poupou a presidenta Dilma dos casos de corrupção, mas confirmou que há ódio dentro de seu partido contra o PT:

"Eu a considero uma pessoa honrada, e eu não tenho nenhuma consideração por ódio na política, também não pelo ódio dentro do meu partido, [ódio] que se volta agora contra o PT."

Para FHC, a responsabilidade política sobre a corrupção na Petrobras é do ex-presidente Lula:

"Os escândalos começaram no governo dele", argumenta. "Tudo começou bem antes, em 2004, com o Lula, com o escândalo do mensalão."

Questionado se Lula estaria envolvido, FHC responde: "Não sei em que medida. Politicamente responsável ele é com certeza. Os escândalos começaram no governo dele".

O ex-presidente, uma das principais lideranças do PSDB, afirma que era impossível que Lula não soubesse do mensalão. "Para colocá-lo atrás das grades, é necessário haver algo muito concreto. Talvez ele tenha que depor como testemunha. Isso já seria suficientemente desmoralizante", comenta.

Mas FHC afirma que seria ir longe demais colocar Lula na cadeia: "Isso dividiria o país. Lula é um líder popular. Não se deve quebrar esse símbolo, mesmo que isso fosse vantajoso para o meu próprio partido. É necessário sempre ter em mente o futuro do país."

Bem a seu estilo, depois de praticamente torcer para ver Lula depondo sobre corrupção para desmoralizá-lo e dizer que a prisão de Lula dividiria o país, FHC, cinicamente, elogia aquele que é considerado no Brasil e no exterior o maior presidente de nossa História:

"Ele certamente tem muitos méritos e uma história pessoal emocionante. Um trabalhador humilde que conseguiu ser presidente da sétima maior economia do mundo."
Falta dizer: Lula provoca em FHC os mesmos instintos primitivos que José Dirceu despertava em Roberto 4 milhões Jefferson.

Fonte: Deutsche Welle, onde é possível ler a reportagem completa.


Madame Flaubert, de Antonio Mello