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Professor de neurociência da University College de Londres, o geneticista John Hardy é considerado um dos pioneiros dos estudos que permitiram desvendar a evolução do mal de Alzheimer.
Em entrevista à DW, o especialista afirma que, embora ainda não haja uma cura para a doença, é possível que a medicina encontre em breve tratamentos capazes de desacelerar ou mesmo paralisar o progresso da enfermidade.
"Acho que estamos mais perto de sermos capazes de retardar a doença agora, num futuro previsível, talvez nos próximos cinco anos", prevê.
A seguir, trechos da entrevista:
DW: O Prêmio Hartwig Piepenbrock-DZNE, que o senhor receberá na semana que vem, é apenas o mais recente de uma longa lista de homenagens. O senhor é descrito como "o pioneiro" na pesquisa sobre Alzheimer, talvez até como o homem que solucionou a doença. Isso é verdade? O senhor solucionou a doença de Alzheimer?
Em primeiro lugar, eu segui, é claro, as pessoas que vieram antes de mim e, de fato, uma dessas pessoas é Konrad Beyreuther, um dos homenageados anteriormente com esse mesmo prêmio. Um pioneiro? Mesmo antes de mim havia pioneiros que eu segui. Isso é uma coisa. Solucionamos o mal de Alzheimer? Acho que fornecemos o quadro em que podemos ver como a doença começa e como progride, e isso tem sido muito importante. Eu não me descreveria – e não posso imaginar qualquer outra pessoa me descrevendo assim – como a pessoa que solucionou a doença. Ela ainda não está solucionada.
Para que tipo de avanços suas descobertas contribuíram em relação ao tratamento da
doença de Alzheimer?
Em termos do tratamento, acho que elas apontaram o caminho para se desenvolver tratamentos, elas apontaram para drogas antiamiloides como o caminho a seguir. Algumas dessas drogas estão agora em fase de estudo clínico. Existem quatro ou cinco estudos clínicos de drogas antiamiloides no momento. Eu realmente espero que alguns desses estudos sejam bem-sucedidos.
E no que diz respeito a uma possível descoberta da cura?
Acho que estamos mais perto de sermos capazes de retardar a doença agora. Não acredito que conseguiremos reverter a doença, não dentro do meu período de pesquisa, mas posso nos ver retardando ou parando a doença num futuro previsível, nos próximos cinco anos, eu realmente espero.
Leia a entrevista na íntegra aqui.
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