Quando o PMDB escolheu o deputado Marcelo Castro como seu candidato à presidência da Câmara dos Deputados deu ao PT a saída possível diante da sinuca de bico em que a deputada Luiza Erundina colocara o partido. Castro votou contra o impeachment, foi a escolha da maioria do PMDB, contra o candidato da dupla Temer-Cunha (o deputado Osmar Serraglio).
A deputada Erundina usou de toda a sua experiência e senso de oportunidade, quando lançou sua candidatura à presidência da Câmara, ao perceber que não havia entre os candidatos nenhum que tivesse sido contra o impeachment de Dilma. Sempre soube que jamais seria eleita, nem esse era seu objetivo. O que ela queria era marcar posição e divulgar seu nome, numa pré-campanha à prefeitura de São Paulo.
Foi uma ótima tacada. Conseguiu tudo o que queria - especialmente deixar o PT numa sinuca de bico, sem poder apoiá-la ou negar-lhe apoio. A candidatura de Marcelo Castro abriu a porta da saída para o PT, já que Marcelo foi ministro de Dilma (muito ruim, diga-se a bem da verdade) e votou contra o impeachment, batendo de frente com Temer e seu partido. (Aliás, boa questão a ser respondida é por que ele foi o escolhido pelo PMDB e não o candidato do governo golpista Temer-Cunha.)
A sorte está lançada. Vamos ver agora quem vai vencer a disputa. Mas uma possível vitória de Marcelo Castro seria péssima para os golpistas. E tem chance.