Rodrigo Maia vai fazer como Cunha e exigir atestado médico para quem faltar à votação da cassação de Cunha?




Na votação do início do processo de impeachment da presidenta Dilma, Eduardo Cunha, então ainda presidindo a Câmara, tinha um só medo de derrota: a abstenção, deputados que poderiam não comparecer à votação alegando, já que Eduardo Cunha tornara a presença obrigatória, doença. Para combater isso, ele anunciou que exigiria atestado médico dos possíveis faltosos. Mais ainda: ameaçou submetê-los a uma junta médica da Câmara.

Agora, na votação da cassação do mandato de Cunha, jogada pelo novo presidente da Câmara Rodrigo 'Meu Paipai' Maia para 12 de setembro, depois da votação do julgamento do impeachment, Maia vai fazer o mesmo, exigir atestado médico dos faltosos e ameaçá-los com junta médica?

Porque a estratégia para livrar a cara de Cunha é clara. A votação vai ser numa segunda-feira, que é o segundo domingo a que todo deputado se dá o direito semanalmente, o que já garante baixo quórum.

Além do mais, ela vai ocorrer no auge das campanhas municipais, o que vai servir de desculpa para outros faltosos.

Sem contar os que ficarão subitamente "doentes" bem no dia da votação.

Vai Rodrigo Maia exigir presença de todos e atestado médico dos possíveis faltosos, ou tudo está ocorrendo de acordo com o script do governo golpista Temer-Cunha que quer livrar Cunha da cassação para que ele não abra a boca e destrua o governo em dois tempos?

Aliás, mais uma pergunta: por que o juiz Moro ainda não determinou a prisão da mulher e da filha de Cunha para "prestar depoimento" na Guantánamo curitibana?

O golpe, meus amigos, é sujo e descarado, com os truques jogados na nossa cara, como um show de mágicos feito para uma plateia de cegos.