Quem divide a esquerda no Rio e ajuda Pedro Paulo não é Jandira, mas o PSOL, Jean Wyllys e a campanha de Freixo
Em seu perfil no Facebook, o deputado federal do PSOL Jean Wylllys atacou a candidata da coligação PC do B/PT Jandira Feghali dizendo que sua candidatura " tem como única finalidade disputar parte do eleitorado de esquerda que vota no PSOL e ajudar Pedro Paulo, candidato do PMDB, a passar para o segundo turno" [imagem reproduzida aqui mostra parte dessa postagem do deputado, com o trecho em destaque].
É uma acusação grave, leviana e mentirosa. Grave, porque põe fogo na luta das esquerdas pelo segundo turno na reta final da campanha. Leviana, porque é apenas baseada numa opinião do deputado, sem comprovação alguma. E mentirosa, porque quem dividiu as esquerdas foi: em primeiro lugar o PSOL, quando, lá atrás, procurado pelo presidente estadual do PT-RJ, Washington Quaquá, recusou uma coligação com Freixo na cabeça da chapa. Em segundo lugar, a declaração do deputado, que coloca ainda mais dificuldades na decisão de uma união das esquerdas ainda no primeiro turno. Em terceiro lugar, a campanha de Freixo, muito personalista e batendo o tempo contra a coligação, como se ela se restringisse ao acréscimo de tempo de propaganda no rádio e na TV, embora esse seja um fator muito importante, como a campanha de Freixo deve estar aprendendo no corpo agora com seus parcos segundos de exposição.
Apesar de tudo isso, como acho que acima das divergências temos que tentar barrar o golpe pelo menos nas principais capitais do país, continuo defendendo o apoio a Freixo aqui no Rio (antes, apoiava Jandira) e a Haddad em São Paulo. Porque não importa que as pesquisas mostrem Freixo e Jandira tecnicamente empatados. Os dois separados têm pouquíssima chance de chegar ao segundo turno, pois a máquina vai vir com tudo nesta última semana em defesa da candidatura de Pedro Paulo, com o auxílio das Organizações Globo. Alguém em sã consciência pode desprezar o poder dessa dupla?