'Era o Hotel Cambridge' é um filmaço e deve vencer o Festival do Rio deste ano




Assisti ontem no Festival do Rio ao filme brasileiro Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé. Filmaço. Na minha opinião, dificilmente vai deixar de vencer o Festival este ano. É dos melhores filmes brasileiros desde muito.

Tirando pequenos problemas de montagem (completamente explicáveis, face ao excesso de material bom que deve ter sido gravado), o filme é ótimo, contemporâneo, tudo a ver com o Brasil - mais que com o Brasil, com o mundo atual.

Num prédio ocupado no centro de São Paulo, ou no centro do mundo, centenas de sem-teto e refugiados de vários países vivem num prédio onde antes funcionou o hotel Cambridge do título.

O filme tem cenas antológicas. Para não ficar uma postagem enorme - e também porque a memória é fraca... - vou destacar duas, uma de tensão e outra de humor: a nova ocupação e o treinamento para audiência com a juíza... Maravilha.

Todos os que participam do filme são também ocupantes do que era o hotel. Menos dois, os atores José Dumont e Suely Franco. Eles estão sensacionais.

Mas quem rouba o filme é Carmen Silva Ferreira, xerifona da ocupação, fantástica personagem, com uma interpretação magnífica. E não adianta dizer que ela está no papel dela mesma, porque é cinema, logo, é interpretação, jogo com a câmera.

Parabéns a Eliane Caffé, a diretora. E a toda a equipe, onde se pode notar a participação dos Jornalistas Livres, Mídia Ninja e Ponte. O novo jornalismo fazendo ponte com a ficção, interpenetrando realidade e ficção.

É hoje. Está acontecendo. E o filme é isso: potência, pulsante, coração batendo no centro do Brasil, do mundo.

Quando entrar em circuito, não percam