Sergio Cabral preso pela Polícia Federal. Ontem, foi Garotinho. Pela sucessão, amanhã é a vez de Pezão?


PF saindo do prédio de Cabral, no Leblon, zona sul do Rio


Coincidência ou não, o Rio teve dois de seus últimos governadores presos pela Polícia Federal - um ontem e outro na manhã de hoje. Embora por motivos diferentes, já que a prisão de Garotinho nada teve a ver com corrupção à frente do governo do estado mas com problemas eleitorais em Campos,não deixa de ser curioso que Cabral, que sucedeu Garotinho no governo do estado, logo após Rosinha, tenha sido preso em seguida a ele. Será amanhã a vez de Pezão?

Provavelmente não, pelo fato de que como governador do Rio não é tão simples assim prendê-lo. Mas é bom lembrar que Pezão foi vice de Cabral e seu secretário de Obras, as tais obras que acabaram de levar Cabral em cana, acusado de uma quantidade enorme de crimes, como formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito, fraude, corrupção.

Junto com Cabral foram presos vários de seus ex-secretários, alguns que até seguiram no governo Pezão.

Sergio Cabral foi preso em cumprimento a dois mandados expedidos por juízes em duas operações distintas da Polícia Federal:
  • a Lava Jato, em que Cabral foi delatado por executivos da Andrade Gutierrez por propina nas obras do Maracanã para a Copa.
  • e a Calicute, com delação de Fernando Cavendish, da famosa gangue dos guardanapos de Cabral, da Delta.
De acordo com as denúncias, Cabral e seu grupo ficariam com 5% de todas as obras realizadas no Rio, e apenas uma das construtoras, a Carioca Engenharia, informou ter distribuído R$ 176 milhões em propinas.

Estranhei apenas a não inclusão do nome de Sergio Cortez, ex-secretário de Saúde de Cabral, um dos homens da gangue dos guardanapos, e contra quem pesam acusações tão cabeludas quanto as feitas a seu ex-chefe.

Se realmente ficar preso, terá fim a impunidade de Sergio Cabral, com acusações que se arrastam há mais de vinte anos, quando ele foi acusado de receber uma mansão num condomínio em Angra dos Reis, que não ficou esclarecida até hoje.

[Atualização, a bem da verdade: A respeito do governador Pezão, os promotores afirmaram em entrevista nesta tarde que o governador não foi citado por nenhum delator nem há nada contra ele]