Definitivamente a crise está dentro do Palácio. É cada vez mais complicada a situação do presidente Fora Temer. Se já era passível de ser enquadrado em crime de prevaricação por saber da pressão ilegal de Geddel ao ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, agora a situação de Temer é ainda mais grave.
Em depoimento à Polícia Federal, Calero afirmou que Temer praticamente o constrangeu a aceitar as exigências de Geddel, afirmando que sua negativa em atender o pedido do político baiano estava lhe trazendo problemas.
Em depoimento à Polícia Federal, Calero afirmou que Temer praticamente o constrangeu a aceitar as exigências de Geddel, afirmando que sua negativa em atender o pedido do político baiano estava lhe trazendo problemas.
"Que na quinta, 17, o depoente foi convocado pelo presidente Michel Temer a comparecer no Palácio do Planalto; que nesta reunião o presidente disse ao depoente que a decisão do Iphan havia criado 'dificuldades operacionais' em seu gabinete, posto que o ministro Geddel encontrava-se bastante irritado; que então o presidente disse ao depoente para que construísse uma saída para que o processo fosse encaminhado à AGU [Advocacia-Geral da União], porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução", disse Calero, segundo a transcrição do depoimento enviado ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria-Geral da República.
Em seguida, o ex-ministro da Cultura afirma que Temer encarava com normalidade a pressão de Geddel, articulador político do governo e há mais de duas décadas amigo do presidente da República.
"Que, no final da conversa, o presidente disse ao depoente 'que a política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão'", prossegue Calero.
Na sequência, o ex-ministro afirma que se sentiu "decepcionado" pelo fato de o próprio presidente da República tê-lo "enquadrado".
"Que então sua única saída foi apresentar seu pedido de demissão", declara Marcelo Calero.[ Fonte: O Globo]