Há quem esteja criticando o prefeito Dória por ainda não ter abandonado a campanha.
Mas há um engano aí: Dória já largou a campanha a prefeito para lá. Ele agora está na fase de pré-campanha ao governo do estado de São Paulo, em 2018.
Vai agir como Maluf, que pegou a prefeitura saneada e com dinheiro após a administração Erundina, e saiu gastando como nunca.
Dória vai fazer tudo o puder em dois anos, quando então larga a prefeitura para concorrer ao governo do estado, fazendo dobradinha com Alckmin presidente, no PSDB ou no PSB — caso o PSDB cometa a loucura de negar a Alckmin a cabeça da chapa.
Desde que foi ao segundo turno contra Lula na disputa pela presidência em 2006, Alckmin queria que o partido lhe desse o devido crédito. Isso não aconteceu.
Dois anos depois, ele disputou a prefeitura pelo partido e seu correligionário José Serra o traiu apoiando Kassab, que acabou sendo eleito.
Ali, naquela amarga derrota, Alckmin traçou sua estratégia. Sabia que para concorrer novamente à presidência precisaria ser muito forte em São Paulo .
Mais do que isso, ser mais forte do que o PSDB de São Paulo, o que quer dizer praticamente o PSDB do Brasil — embora o presidente do partido seja o mineiro-carioca Aécio.
(Mas, cá entre nós, alguém acredita que Aécio será candidato do PSDB à presidência em 2018? Quando muito ao governo de Minas, e olhe lá…)
Aí se encaixa o prefeito Dória. Alckmin praticamente o elegeu no primeiro turno, contra o desejo dos medalhões do partido, que nem o queriam como candidato e chegaram a ridicularizá-lo.
Agora na prefeitura, Dória vai continuar a ser o que sempre foi, um carreirista que sabe aproveitar as oportunidades. Vai crescer e catapultar a candidatura de Alckmin, ao mesmo tempo em que leva junto a sua ao governo de São Paulo.
Sua movimentação intensa, diária, em busca dos flashes , é a forma que encontrou para dizer ao paulista que ele é dinâmico, acelerado, não para. Exatamente como São Paulo, que não pode parar.
Bom, os paulistas reelegeram Alckmin no primeiro turno, bebendo água de volume morto.
Não sei a influência que essa água teve no cérebro do eleitor de São Paulo. Sei que o efeito continua ativo, tanto que Dória foi eleito agora no primeiro turno como o João Trabalhador...
O povo confunde movimento com ação e vê toda essa atividade diária de Dória não como marquetagem, mas como o trabalho de um prefeito que está sempre em ação, quando, na verdade, ele está apenas se movimentando diante das câmeras.
Sei que até 2018 muitas águas vão rolar, mas essa água de São Paulo, não sei não…