Para ser presidente da Câmara ou do Senado só há uma exigência no currículo: ser delatado na Lava Jato


Não adianta nada ter as melhores qualificações (aliás, isso talvez até atrapalhe). Existe uma exigência que os futuros presidentes da Câmara e do Senado têm que cumprir: ser delatado na Lava Jato.

Porque os presidentes é que pautam as duas Casas. Quem não se lembra de Eduardo Cunha engavetando o que lhe interessava e pautando o que lhe favorecia e a seu grupo? Ele segurou o pedido de impeachment contra Dilma, até que o PT decidiu por não apoiá-lo no processo em que pediam sua cassação. No outro dia ele botou o processo na pauta, com o resultado que todos sabemos.

Por isso, como Câmara e Senado estão mais sujos que pau de galinheiro, com deputados e senadores acusados, outros delatados, e alguns já réus - até em mais de um processo, os presidentes têm que ser, digamos, simpáticos à causa da impunidade geral. Daí a exigência.

Por isso também os dois nomes mais cotados são o Botafogo para a Câmara e o Índio para a presidência do Senado. Ambos aparecem em delações da Odebrecht. O deputado teria levado R$ 100 mil e o senador, R$ 2 milhões e 100 mil.

Botafogo e Índio são os apelidos pelos quais eram listados pela Odebrecht o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) - o Botafogo, candidato à reeleição, e o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), o Índio.

Os dois, como se vê, cumprem a exigência curricular para o cargo. E são os preferidos do golpista Temer.