Juiz ouve 'voz das ruas' e liberta PMs que assassinaram friamente homens feridos e imobilizados. Quem disse que abaixo assinado não serve de nada?


Comovido com um abaixo assinado de pouco mais de 100 mil nomes no change.org, o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira revogou a prisão preventiva de dois PMs flagrados executando dois traficantes feridos no chão em 30 de março no Rio.

Os dois PMs (cabo Fabio de Barros Dias e sargento David Gomes Centeno) vão responder ao processo pelas mortes [veja vídeo abaixo] em liberdade e trabalhando. Ambos são acusados de 37 mortes pelos famosos "autos de resistência" (quando PMs dizem que mortos resistiram e por isso morreram) nos últimos seis anos.

Na justificativa de sua sentença, o juiz alega que a “gravidade do crime” não é “o combustível correto para levar ao cárcere meros investigados”.

Mas parece que isso vale apenas para os PMs.

Num crime recente na cidade, no entanto, a posição do juiz foi a oposta e decretou a prisão preventiva dos quatro acusados de matar um turista argentino na saída de um bar em Ipanema, na zona sul e nobre do Rio. “A ação, praticada em local de intenso movimento turístico, criou verdadeiro incidente internacional e colocou em risco as já combalidas finanças do Estado. Evidenciam-se, pois, fortes indícios de personalidades corrompidas e adversas ao convívio social por parte dos denunciados”, afirma na sua decisão na qual considera “necessária a prisão para garantir a ordem pública”. [Fonte: El País]

Se já soa estranho que ainda esteja no policiamento ostensivo uma dupla responsável por 37 mortes, mais estranho ainda é ver os dois policiais soltos depois da filmagem que mostra a execução de dois homens feridos e imobilizados, sem possibilidade de defesa. Na mesma ação morreu também a estudante Maria Eduarda e os PMs também estão sendo investigados por isso.





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