Senador Agripino Maia, que acusou Dilma de mentir sob tortura, tem corrupção de R$ 2 milhões confirmada por PGR
A nova Procuradora Geral da República Raquel Dodge endossou denúncia feita pelo antigo PGR Rodrigo Janot contra o senador e presidente do DEM Agripino Maia por recebimento de propina de R$ 2 milhões nas obras da Arena das Dunas, no RN, para a Copa de 2014. Agripino é primo de Cesar Maia, vereador e ex-prefeito do Rio e pai do presidente da Câmara Rodrigo Maia.
Agripino Maia é aquele senador covarde que num depoimento da então ministra Dilma a uma comissão do Senado perguntou se ela iria mentir como confessou que mentira durante a ditadura nas sessões de tortura:
Senador José Agripino Maia (DEM): "A senhora mentiu na ditadura, mentirá aqui?"
DILMA ROUSSEFF: "Qualquer comparação entre a ditadura militar e a democracia brasileira, só pode partir de quem não dá valor à democracia brasileira. Eu tinha 19 anos, fiquei três anos na cadeia e fui barbaramente torturada, senador. E qualquer pessoa que ousar dizer a verdade para os seus interrogadores, compromete a vida dos seus iguais e entrega pessoas para serem mortas. Eu me orgulho muito de ter mentido senador, porque mentir na tortura não é fácil. Agora, na democracia se fala a verdade, diante da tortura, quem tem coragem, dignidade, fala mentira. E isso (aplausos) e isso, senador, faz parte e integra a minha biografia, que eu tenho imenso orgulho, e eu não estou falando de heróis. Feliz do povo que não tem heróis desse tipo, senador, porque aguentar a tortura é algo dificílimo, porque todos nós somos muito frágeis, todos nós. Nós somos humanos, temos dor, e a sedução, a tentação de falar o que ocorreu e dizer a verdade é muito grande senador, a dor é insuportável, o senhor não imagina quanto é insuportável. Então, eu me orgulho de ter mentido, eu me orgulho imensamente de ter mentido, porque eu salvei companheiros, da mesma tortura e da morte. Não tenho nenhum compromisso com a ditadura em termos de dizer a verdade. Eu estava num campo e eles estavam noutro e o que estava em questão era a minha vida e a de meus companheiros. E esse país, que transitou por tudo isso que transitou, que construiu a democracia, que permite que hoje eu esteja aqui, que permite que eu fale com os senhores, não tem a menor similaridade, esse diálogo aqui é o diálogo democrático. A oposição pode me fazer perguntas, eu vou poder responder, nós estamos em igualdade de condições humanas, materiais. [Veja o vídeo aqui]
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Agora, a PGR confirma a corrupção do covarde senador.
“A denúncia permite a compreensão dos fatos que lhe foram imputados e não cerceia a possibilidade de defesa. Também não procede a alegação de inépcia da denúncia, pois descreve os fatos criminosos, permite a compreensão das imputações e o exercício da ampla defesa e do contraditório, na linha da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal”, disse Raquel Dodge.
(...) De acordo com o relatório da PF, o recebimento das vantagens ilícitas se deu tanto por meio de doações eleitorais oficiais, que foram direcionadas ao diretório, como por meio de repasses em espécie, que transitaram por contas do próprio investigado e também por contas de familiares, entre os anos 2012 a 2014, totalizando a quantia de pelo menos R$ 2 milhões.
“Diante dos suficientes indícios de materialidade e autoria, foram então imputadas as condutas de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro ao Senador José Agripino Maia", conclui a PGR. [Fonte: Estadão]
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