Tacla Durán entrega à CPI fotos de mensagens em que padrinho de Moro pede US$ 5 milhões de propina para favorecê-lo na Lava Jato
A jornalista Mônica Bergamo, da Folha, deve ter assistido com uma curiosidade maior que a de muita gente ao depoimento do advogado Rodrigo Tacla Durán na CPI da JBS.
Bergamo foi a primeira jornalista a furar o bloqueio de silêncio da mídia corporativa e botar o padrinho de Moro na lista de suspeitos de vender facilidades nas delações da Lava Jato, acusação feita por Durán e confirmada na CPI..
Na época, o juiz Moro saiu em defesa do padrinho e criticou a jornalista dizendo que era "lamentável que a palavra de um acusado foragido da Justiça brasileira seja utilizada para levantar suspeitas infundadas sobre a atuação da Justiça".
Com a comprovação das declarações de Durán hoje na CPI, a jornalista fica bem e o juiz Moro muito mal.
Leia a seguir matéria de Mônica Bergamo sobre o depoimento de Tacla Durán, publicada na Folha.
Este Blog é mantido sem banners, exclusivamente por seus assinantes. Assine você também. Apenas R$10
Você pode cancelar a assinatura a qualquer momento
Você pode cancelar a assinatura a qualquer momento
O advogado Rodrigo Tacla Duran, que trabalhou para a Odebrecht, apresentou nesta quinta (30) à CPI da JBS uma perícia para mostrar que as mensagens que ele trocou com o advogado Carlos Zucolotto, amigo e padrinho de casamento do juiz Sergio Moro, são verdadeiras.
Duran apresentou fotos de mensagens trocadas com Zucolotto pelo Wickr, um aplicativo que deleta correspondência automaticamente depois de um curto espaço de tempo.
Ele acusou o advogado de intermediar negociações paralelas dele com a força-tarefa da Operação Lava Jato.
Zucolotto, que representou o escritório de Duran em ações trabalhistas, nega envolvimento em negociações da Lava Jato.
Diz que nunca falou sobre isso com nenhum integrante da força-tarefa e que jamais trocou mensagens com Duran. Afirma que sequer baixou em seu telefone o aplicativo Wickr.
Duran não faz acusações ao juiz Sergio Moro. O magistrado, no entanto,saiu em defesa do advogado quando a Folha revelou as acusações. Na época, afirmou ser "lamentável que a palavra de um acusado foragido da Justiça brasileira seja utilizada para levantar suspeitas infundadas sobre a atuação da Justiça".
Nas fotos dos diálogos que diz ter mantido com Zucolotto e apresentadas a um perito da Espanha, onde hoje vive, e também à CPI, Duran reclama que os procuradores da Lava Jato, com quem tentava negociar um acordo de colaboração, queriam "contar [sic] em cima um monte de coisas", ou seja, atribuir a ele crimes pelos quais não teria responsabilidade.
Ainda por cima estariam exigindo o pagamento de uma multa de R$ 15 milhões "com base num assunto normal sem crime".
Zucolotto, sempre de acordo com o diálogo fotografado por Duran, teria respondido: "É muita coisa isso. Me dá uns dias que vou fazer contato para que o DD entre nessa negociação".
Em outro trecho, ele repete que vai encontrar "a pessoa por esses dias para melhorar isso com DD".
Ainda segundo as fotos apresentadas à CPI, Zucolotto teria dito que a "ideia" seria diminuir a multa para um terço do valor pedido. Duran pagaria mais um terço de "honorários para poder resolver isso". E teria concluído: "Mas por fora porque tenho que resolver o pessoal que vai ajudar nisso".
Duran afirma que pouco tempo depois recebeu da força-tarefa uma minuta de acordo com as condições que teria discutido com Zucolotto. Ele, no entanto, não teria concordado com os termos. O advogado acabou viajando para a Espanha, país em que tem nacionalidade e hoje vive.
Clique aqui e passe a receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos