Cria de Severino Cavalcanti pode vir a ser novo presidente de fato do Brasil

Severino Cavalcanti e Ciro Nogueira. Foto José Cruz/ABr

Na ânsia de chegar ao segundo turno e tentar vencer Lula ou quem ele vier a indicar, Alckmin e Ciro brigaram até ontem pelos votos do chamado Centrão, apelido guloso no aumentativo da direita fisiológica.

Ciro perdeu mais uma. O Centrão escolheu Alckmin, mesmo com todos os acenos de Ciro Gomes ao DEM e ao PP. Com isso, o Chuchu, que já tinha bom tempo de TV, parte com seu agora latifúndio para desidratar Bolsonaro e chegar ao segundo turno com Lula ou o candidato do Lula.

Para conseguir o Centrão, Alckmin ofereceu mundos e fundos (nossos fundos...). A recondução de Rodrigo Maia à presidência da Câmara. Maia é aquele que disse que deputados não estão ali para fazer as vontades do povo. E disse também que é escravo do mercado. A presidência do Senado vai para as mãos de Ciro, mas não o Gomes, o Ciro Nogueira, aquele senador que tinha R$ 200 mil em dinheiro guardados em casa, como constatou operação da PF que vasculhou uma de suas residências.

Resumindo: como Temer hoje, Alckmin iria para a presidência, caso vença as eleições, refém do Centrão, num parlamentarismo que não ousa dizer o nome, sob comando de Ciro Nogueira, afilhado político do ex-deputado Severino Cavalcanti [os dois na imagem da postagem].

Quem não se recorda do folclórico Severino Cavalcanti, que caiu na presidência da Câmara numa briga pelo poder entre PT e oposição? Líder do chamado baixo clero, Severino era curto e grosso nas suas reivindicações ("quero uma diretoria da Petrobras, mas uma daquelas que fura poço").

Durou pouco, mas foi substituído por seu pupilo e sucessor, Ciro Nogueira, que quer a mesma coisa que ele, mas não comete a besteira de falar isso em público - só no privado, nos bastidores palacianos. É um Severino repaginado. Seu partido, o PP, tomou conta da Petrobras e, enquanto a mídia e Moro focam a corrupção dentro da Petrobras no PT, o PP é o partido com mais envolvidos nos esquemas da Petrobras.

E esse Severino repaginado pode ser o comandante do parlamentarismo que não ousa dizer o nome em que pode se transformar o país, com uma vitória de Alckmin.


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