Em dezembro passado, numa entrevista com a presença de vários veículos de imprensa, Bolsonaro falou para repórter da Globo:
"Vocês aí têm uma audiência de 40%, mas pega 80% da propaganda oficial do governo, [que] em grande parte sustenta a mídia brasileira. Se eu chegar lá [presidência], vou fazer justiça. Vão perder metade disso, vão ganhar só 40%."Agora, o candidato recebeu um favorzão da Globo. Como fugiu do debate, alegando recomendações médicas (o que é mentira, e a Globo sabe, já que os médicos declararam a toda a mídia que ele estava liberado para o debate), o certo seria a Globo fazer um programa exclusivo com Haddad, deixando a cadeira de Bolsonaro vazia, como já fez, por exemplo, em 1998 aqui no Rio, quando Cesar Maia não foi ao último debate e Garotinho foi entrevistado sozinho.
Também nas últimas eleições municipais aqui do Rio, o candidato e atual prefeito Marcelo Crivella não foi ao debate. A Globo mostrou a cadeira vazia [imagem que ilustra a postagem] e a apresentadora Ana Luíza Guimarães leu uma nota em que a emissora afirmava que “a missão de um veículo jornalístico é revelar fatos importantes, incômodos ou não, envolvendo as candidaturas”.
Por que a Globo reagiu de modo diferente agora, talvez a entrevista de dezembro de 2017 explique. Afinal, continuar levando 80% da verba total da propaganda do governo federal é tudo o que os Marinho desejam, já que o Grupo não vai bem das pernas.
Com isso, pela primeira vez na história o povo vai às urnas sem um debate entre os candidatos. Tudo o que queria Bolsonaro, que não consegue conectar três frases e tem evidentes limitações de cultura e inteligência.
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