Bolsonaro vai às compras no Congresso: R$ 11.800.000.000,00. É a 'Tabela bolsonara', de Janio de Freitas
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Em sua coluna deste domingo na Folha, Janio de Freitas comenta os movimentos de Bolsonaro e seu trato com o Congresso: 11 bilhões e 800 milhões de reais.
Em sua coluna deste domingo na Folha, Janio de Freitas comenta os movimentos de Bolsonaro e seu trato com o Congresso: 11 bilhões e 800 milhões de reais.
Tabela bolsonara, por Janio de Freitas
O fim do compra-e-vende entre a Presidência e congressistas, mais do que chegar ao fim como promessa, o faz sem a menor consideração com os ex-presidentes Sarney, Collor, Fernando Henrique, Lula e Dilma.
Os R$ 20 milhões para cada deputado e cada senador, acenados pelo governo Bolsonaro em troca de aprovações no Congresso, compõem uma soma humilhante para os antecessores e sem precedentes na corrupção política por governos: R$ 11.800.000.000,00.
Câmara e Senado forçaram o governo, mesmo sem planejar fazê-lo, a mostrar sua índole verdadeira na concepção de política. As reprovações e aprovações de projetos e medidas provisórias têm sido por critérios que independem das pressões do governo. Se é apenas temporário não se sabe, em meio à incerteza generalizada, mas o Congresso está com cara de Congresso.
Bolsonaro, por sua vez, quer a imagem de Collor. Arrancada de Batman em jet-ski, ida a pé ao Congresso, outra ida para entregar o besteirol sobre trânsito, encontro com Neymar para abraçá-lo pelo mais caro vexame: todos os dias, uma demonstração do vazio de suas horas de trabalho e decisão. É a imitação do exibicionismo vulgar de Collor, como meio de deter a ruína no conceito tanto dos aliados ideológicos, como dos apoiadores por ignorância.
Para trabalhar a imagem, porém, em princípio Bolsonaro dispõe de mais tempo do que para outras possibilidades de desastre.
Além da recusa a mais uma tentativa de Flávio Bolsonaro contra as investigações que o afligem, cresceram em número e gravidade as suspeitas e evidências que o circundam. No mesmo sentido, ressurge o tema dos negócios que questionam Paulo Guedes.
Trata-se dos sobrepreços em aquisições por ele conduzidas como gestor, com empresa sua, de investimentos dos fundos de Previdência de funcionários da Caixa, Banco do Brasil, Correios e Petrobras.
Há coisas assombrosas mesmo, para somar R$ 385 milhões pagos a mais, com dinheiro dos fundos. E explicações, quando existiram, que invadem o infantilismo. O Ministério Público do Rio e, no caso de Guedes, o Federal estão merecendo atenções que ainda não lhes foram dadas. Os R$ 385 milhões correspondem a uns 120 apartamentos como o da condenação de Lula.
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