Há 6 meses Guedes deve explicações sobre irregularidades de mais de R$ 1 bilhão em fundos estatais


No dia 5 de dezembro do ano passado, Paulo Guedes tinha depoimento marcado no Ministério Público Federal. O hoje ministro de Bolsonaro, mas já escalado desde a campanha, tinha que explicar a mágica que fez com mais de R$ 1 bilhão com fundos estatais, que geriu de forma irregular, ao que tudo indicava.

Uns dias antes, Guedes teve uma sivirose, que é a virose que aparece no momento em que o sujeito tem que se virar para explicar algo que está meio difícil. Deu certo, e o depoimento foi adiado para quando ele já fosse ministro ou para depois do fim do mundo, o que viesse por último.

Até hoje, nada. Embora dê palestras para o mundo todo sobre a beleza que vai ser vender o país todo, até o Palácio do Planalto, e os aposentados entrarem pelo cano em fundos de capitalização, até hoje o ministro não achou um tempinho para explicar ao distinto público as irregularidades que trouxeram prejuízo de mais R$ 1 bilhão a fundos da Caixa, Petrobras, Correios.

Teve até um caso que contei aqui (e que está ilustrado na imagem) em que Por ordem de Guedes, Fundo da Caixa pagou R$ 55 milhões por empresa que valia R$ 4,8 milhões. E esse cara está gerindo a economia do país!

Auditorias da Funcef — entidade de previdência complementar dos funcionários da Caixa - mostra ágio sem justificativa em compras de fundos geridos por Guedes. E não foi pouca coisa não. No total foram quase R$ 300 milhões a mais do que as empresas valiam.

Um dos fundos, o Brasil de Governança Corporativa, pagou R$ 278 milhões de ágio ao comprar participação em quatro empresas cujos valores patrimoniais somavam R$ 210,9 milhões.
Outro FIP, o BR Educacional, desembolsou extra de R$ 107 milhões por três companhias, enquanto o patrimônio delas somados era de R$ 73 milhões.
Para comprar a HSM Educacional, voltada para eventos e cursos de educação empresarial, o FIP BR Educacional pagou R$ 55,2 milhões, dos quais R$ 4,8 milhões pelo patrimônio e R$ 50,2 milhões (91%) por um suposto valor intangível da empresa, atribuído à marca.
Em 2011, dois anos após o desembolso, um documento da empresa de Guedes registrou que esse mesmo ativo valia cerca de 10% do que fora pago (R$ 5,1 milhões). [Folha]
 Vai lá, Guedes, e explica. O MPF está esperando por você.

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