Impunidade foi o que trouxe Bolsonaro até aqui. E ele estica a corda para ver até onde vai

Desde o episódio de seus tempos de tenente do Exército, quando planejou explodir bombas em quartéis em protesto contra o Comandante e não foi punido (ao contrário, foi para a reserva promovido), Bolsonaro se sente no direito de esticar a corda para ver até onde consegue ir. Assim, chegou à presidência da República, com os efeitos catastróficos que todos sentimos na pele.
 
De lá até aqui, sempre foi tratado com a condescendência que se dá a crianças, a doentes mentais ou a adolescentes brancos e de classe média pra cima.
 
Durante todo o período em que esteve na Câmara como deputado, Bolsonaro cometeu inúmeras irregularidades. De agressões, insultos, elogios à ditadura militar, à tortura, ao assassinato ("devia ter matado uns 30 mil pelo menos"), aos desaparecidos [imagem], à confissão de que usou apartamento funcional "para comer gente", de que mantinha funcionária da Câmara uma vendedora de açaí em Angra dos Reis na verdade, esposa do caseiro que cuidava de sua mansão naquela cidade, a 1,2 mil de quilômetros de Brasília.
 
Por nada disso foi punido. Ou melhor, apenas uma punição lhe foi imposta, a de pagar R$10 mil à deputada Maria do Rosário por dizer na Câmara que só não a estuprava por ser feia. Mesmo assim é preciso perguntar à deputada se ele pagou, porque o processo está parado no STF, enquanto ele é presidente.
 
Chegando à presidência, uma de suas primeiras medidas foi punir o fiscal do Ibama que o multou quando pescava irregularmente com o amigo Queiroz em área de preservação ambiental em Angra.
 
Não pagou a multa, que acabou perdoada quando assumiu a presidência, e ainda puniu o fiscal. Sempre impune.
 
Na presidência comete uma irregularidade atrás da outra, a ponto de já serem mais de 130 os pedidos de impeachment que dormem sob os cuidados do presidente da Câmara atual, Arthur Lira, como dormiram sob o anterior, Rodrigo Maia.
 
Agora, anuncia um golpe (que chama de contragolpe), com apoio das Forças Armadas e prisão de ministros do Supremo, e dá até a data, 7 de setembro. Sempre esticando a corda. Até o momento, impunemente.
 
Até quando?






Para receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp clique aqui

Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos



Recentes:


Assine a newsletter do Blog do Mello.
É grátis.