Aproveitando o final da tarde de sexta, quando Brasília está praticamente vazia de parlamentares, Bolsonaro mandou um funcionário do Palácio do Planalto protocolar no Senado um pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes.
O pedido foi protocolado digitalmente pela Presidência da República diretamente no gabinete do Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e é assinado apenas por Bolsonaro -- a peça não possui a assinatura do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), como seria usual. O pedido em si possui 17 páginas, mas o arquivo protocolado no Senado é bem maior, tem 102 páginas, pois inclui cópias de documentos pessoais de Bolsonaro e alguns despachos de Alexandre de Moraes. O pedido conta com firma reconhecida de Bolsonaro, depositada em um cartório da Asa Norte de Brasília. [Estadão]
O movimento de Bolsonaro é uma clara tentativa de pressionar o ministro, que, segundo notícias que correm em Brasília, estaria pronto para pedir a prisão dos filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro pela distribuição de fake news e ameaças aos ministros do STF.
Hoje mesmo, Eduardo Bolsonaro declarou que "vai chegar uma hora em que uma decisão do STF não será cumprida" esticando ainda mais a tensão com o Supremo. Também disse que não tem medo de ser preso.
O pai dele parece que não pensa o mesmo e tenta com o pedido de impeachment colocar o ministro Alexandre em posição difícil. Caso ele peça a prisão de um dos filhos, Bolsonaro pode alegar retaliação diante de seu pedido de impeachment do ministro.
Enquanto isso, morreram mais 870 brasileiros por COVID, a miséria se alastra, o desemprego bate 15 milhões e os supermercados já anunciam a promoção de osso para sopa.
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