Na Nova Zelândia, pela primeira vez há mais mulheres que homens no Parlamento. Já no Brasil...

Ontem, com a posse de uma nova parlamentar, as mulheres passaram a ser maioria no Parlamento da Nova Zelândia, pela primeira vez na História. No Brasil, como publiquei aqui, Participação feminina na Câmara é de apenas 16,67%.

Não é hora de melhorar isso?

A cota que obriga partidos a terem 30% de tempo e verbas partidárias para mulheres candidatas é alguma coisa. Mas foi mais uma jogada para a plateia do que uma atitude para diminuir o verdadeiro abismo que existe entre a população feminina e o número de mulheres na Câmara e no Senado.

Devemos mudar esse quadro, que apenas reflete o machismo estrutural de nossa sociedade. Como fizemos com as cotas nas universidades públicas, temos que ter cotas não para candidaturas, mas cota de parlamentares. Como são 513 deputados, teríamos que obrigatoriamente ter 154 mulheres entre eles. No Senado, como são três vagas por estado, teríamos que obrigatoriamente ter uma dessas vagas preenchida por uma mulher.

Porque a cota para as candidatas serviu para sairmos de 77 mulheres eleitas em 2018 para 86 em 2022. Isso representa apenas 16,67 do total de deputados. E, segundo o Cadastro Eleitoral de 2022, as mulheres são maioria do eleitorado brasileiro, com 52,65%.

Cota para mulheres congressistas já para as próximas eleições nos três níveis — federal, estadual e municipal — pode ser uma boa ideia para diminuir o abismo hoje existente.

Porque o que acontece é que os partidos cumprem a cota de candidatas, mas as verbas são carimbadas para os homens do partido. Muitas candidatas vivem denunciando isso. Muitas até emprestam o nome para o partido cumprir a cota mas não são candidatas de verdade.

Havendo um número obrigatório de congressistas mulheres, os partidos vão tratar de alimentar as campanhas das companheiras para não perderem essas vagas.

É uma ideia que me parece tão evidente, que já deve ter algum projeto de lei sobre o tema. Só que ele, se existe, precisa ser levado à pauta, com a devida cobrança da sociedade.

O que acham?

Abaixo, depoimentos de algumas parlamentares da Nova Zelândia sobre essa nova e histórica configuração.


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