O governado do DF Ibaneis Rocha voltou a assumir o cargo, depois de afastado desde a tentativa de golpe de 8 de janeiro. Ibaneis convocou a claque e a imprensa amiga para uma festa, como se já estivesse absolvido da acusação que lhe é feita de ter pelo menos se omitido para favorecer o golpe.
Não é verdade. Ibaneis ainda nem foi julgado. As investigações contra ele e os demais acusados prosseguem. Ibaneis foi apenas autorizado a reassumir o governo, já que o ministro Alexandre de Moraes não viu perigo na volta dele ao cargo. No entanto, Moraes afirmou que poderia mudar de ideia, dependendo do comportamento de Ibaneis.
O governador era só otimismo. Entre outras barbaridades, disse que o 8 de janeiro "foi uma coisa imprevisível". Como assim imprevisível? Anunciado em todas as redes, centenas de ônibus com milhares de manifestantes partindo para Brasília, era algo imprevisível?
Recapitulando: Ibaneis nomeou secretário de Segurança o notório ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres. Bolsonaro não aceitava (ainda não aceita) o resultado das eleições, e Torres fazia parte do grupo que conspirava com o ex-presidente, junto com os também notórios generais Braga Netto e Heleno.
Ibaneis também não achou estranho seu secretário Anderson Torres viajar para o exterior justamente quando milhares de manifestantes bolsonaristas rumavam para Brasília?
Na véspera dos ataques, a Polícia Federal avisou que os bolsonaristas preparavam “ações hostis e danos” às sedes dos Três Poderes. Acrescentou que o plano era “tomar o poder”, sob a desculpa delirante de “impedir a instalação do comunismo no Brasil”.
O alerta foi encaminhado a Ibaneis e ao comando da Polícia Militar. Mesmo assim, as forças de segurança cruzaram os braços diante da invasão dos palácios e da destruição de patrimônio público. [Bernardo Mello Franco, O Globo]
É muito cedo para Ibaneis cantar vitória.
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