Foi a opção do eleitorado paulista. Ainda que envenenado por farta distribuição de dinheiro público e pela exploração do ódio ao PT nutrido por boa parte da classe média do estado. Mas São Paulo achou que quatro anos de Bolsonaro não foram desgraça suficiente e escolheu continuar vivendo e respirando os ares pestilentos do bolsonarismo com Tarcísio de Freitas. Para isso chegou a votar num "carioca", outro dos ressentimentos paulistas, que acham o "carioca" vagabundo.
E o governo Tarcísio não está decepcionando. Seguindo os passos do "mito" (que hoje vai ficar inelegível e em breve vai morar na Papuda), o governador bolsonarista de São Paulo começou a privatizar tudo. E, agora, para não ficar apenas na face neoliberal radical fascista da economia do bolsonarismo, deu vazão também ao braço ideológico fascista ao batizar com o nome do coronel autoritário e fascista Erasmo Dias da época da ditadura um viaduto na cidade de Paraguaçu Paulista.
Erasmo se notabilizou, como todo fascista, pela invasão violenta e covarde da PUC de São Paulo, quando mais de 900 pessoas foram presas. Professores e funcionários da PUC escreveram uma nota de repúdio, que publico a seguir.
Moção de repúdio da APROPUC e da AFAPUC
A Associação dos Professores da PUC-SP e a Associação dos Funcionários Administrativos da PUC-SP/Fundasp vêm demonstrar o seu mais veemente repúdio à homenagem que o governador bolsonarista Tarcísio de Freitas referendou, promulgando na quarta-feira, 28/06, o projeto de lei que atribuiu o nome do famigerado coronel Erasmo Dias a um viaduto na cidade de Paraguaçu Paulista, onde Erasmo nasceu.
É inconcebível homenagear-se um eminente fascista que durante a ditadura militar, como secretário de segurança de São Paulo, notabilizou-se pela repressão e tortura física a todos aqueles que erguiam as suas vozes contra o arbítrio.
Na PUC-SP ainda são sentidos os ecos da truculenta invasão do campus Monte Alegre, em 22 de setembro de 1977, que deixou sequelas em diversos estudantes, prendendo e humilhando centenas de alunos, professores e funcionários da universidade.
Naquele momento a PUC-SP, através de sua reitora Nadir Kfouri e de toda comunidade universitária, respondeu à altura à malfadada ação. E hoje, quando expoentes da direita e do fascismo tentam reviver esses momentos, que se constituíram em uma das páginas mais infelizes de nossa história, é preciso que nossa resposta seja clara e contundente:
Nenhuma homenagem a torturadores!
Não ao fascismo!
Ditadura nunca mais!
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