Caso Robert De Niro mostra a 'difícil vida fácil' das assistentes de celebridades — por Bill Pay

O recente caso em que a ex-assistente pessoal do ator Robert De Niro, Graham Chase Robinson, o processou por tratá-la como "esposa de escritório" pedindo tarefas incompatíveis com seu cargo como, por exemplo, coçar suas costas acendeu um refletor sobre a aparentemente glamourosa profissão de assistente pessoal de celebridades.

Aparentemente, significa viagens pelo mundo, participar de eventos famosos, como cerimônias do Oscar, festas com personalidades do cinema, artistas, cantores... Mas só aparentemente.

"Eu realmente acredito que é um dos trabalhos mais difíceis do mundo”, diz Sadie Foster. Foster é presidente da Associação das Assistentes de Celebridades, uma ONG do Reino Unido, que fornece apoio aos assistentes de celebridades e super-ricos. "Estava no hospital, sob morfina, e tendo que decidir sobre presentes de Natal da celebridade".

A ex-assistente de De Niro conseguiu que o júri reconhecesse sua demanda e a produtora de Robert De Niro, Canal Productions, foi considerada culpada de discriminação de gênero e retaliação. Robinson vai receber 1,264 milhões de dólares em danos por ambas as acusações.
"Onde quer que haja grande celebridade ou riqueza, você pode ter certeza de que há assistentes nos bastidores, atendendo a todos os seus caprichos, cercados por acordos de sigilo e pela omertà (o código de silêncio dos mafiosos, punido com a morte, se quebrado) dos super-ricos. Essas histórias costumam ser sensacionalistas para o mundo exterior."
Os salários giram em torno de R$ 360 mil/ano. No segmento mais sofisticado, Foster diz que os salários podem chegar a R$ 900 mil/ano, além de regalias e outros benefícios.

Lady Gaga, Jennifer O'Neill, Barbra Streisand, Naomi Campbell todas enfrentaram demandas com suas assistentes. Mas há casos bizarros. Preocupada com efeitos colaterais de um remédio que lhe fora receitado, a cantora Stevie Nicks pediu a sua assistente que tomasse a dose diária por ela para medir os efeitos...

Segundo a presidente da Associação das Assistentes de Celebridades, o famoso glamour da profissão está mais nos olhos de quem vê de fora.
“Digamos que você acabe no Oscar. Você não vai estar com suas roupas mais elegantes, bebendo e fazendo networking. Você estará ao telefone, vestindo uma roupa que garante que você estará nas sombras. Se estiver viajando, você pode estar em um jato particular ou em um hotel chique, mas será o último a ir para a cama, o primeiro a se levantar, provavelmente assumindo as tarefas de babá e limpeza. Quem quiser ser um PA (Assistente Pessoal) por glamour deveria repensar seu raciocínio.”

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