Israel assassina poeta palestino Refaat alAreer. Mas sua poesia vive — livre, como a Palestina um dia

A mídia comercial diz: Morre o poeta Refaat alAreer. Naquela versão que já mostrei aqui, em que os palestinos morrem (sem agente direto) enquanto israelenses são mortos, assassinados pelos "terroristas".

Refaat alAreer não morreu, simplesmente. O poeta e professor palestino foi assassinado pelo estado terrorista de Israel, que está cometendo um genocídio aos olhos do mundo em Gaza.

Ele estava em casa de sua irmã e toda a família foi assassinada por um ataque das Forças Armadas de Israel, na última quinta-feira, dia 7.

Além de poeta, Refaat alAreer era professor e tradutor. 

Em outubro, ele deu esta entrevista sobre a situação em Gaza, antecipatória.

 

 

Mas, antes de partir, Refaat alAreer deixou um poema, uma mensagem de liberdade, resistência e esperança.

Se eu devo morrer

Se eu devo morrer,
Você deve viver
Para contar minha história
Para vender minhas coisas
Para comprar um pedaço de pano
E alguns barbantes, (Fazê-lo branco com uma longa cauda)
Para que uma criança, em algum lugar de Gaza
Enquanto olha nos olhos do céu
Esperando seu pai que partiu em uma chama
E não se despediu de ninguém,
Nem mesmo de sua carne,
Nem mesmo de si mesmo
Veja a pipa, minha pipa que você fez, voando lá em cima
E pense, por um momento, que um anjo está lá, trazendo de volta o amor
Se eu devo morrer,
Deixe-a trazer esperança
Deixe-a ser um conto

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