Israel assassina poeta palestino Refaat alAreer. Mas sua poesia vive — livre, como a Palestina um dia
A mídia comercial diz: Morre o poeta Refaat alAreer. Naquela versão que já mostrei aqui, em que os palestinos morrem (sem agente direto) enquanto israelenses são mortos, assassinados pelos "terroristas".
Refaat alAreer não morreu, simplesmente. O poeta e professor palestino foi assassinado pelo estado terrorista de Israel, que está cometendo um genocídio aos olhos do mundo em Gaza.
Ele estava em casa de sua irmã e toda a família foi assassinada por um ataque das Forças Armadas de Israel, na última quinta-feira, dia 7.
Além de poeta, Refaat alAreer era professor e tradutor.
Em outubro, ele deu esta entrevista sobre a situação em Gaza, antecipatória.
"Se não há água e não há uma maneira de sair de Gaza, o que devemos fazer?
— Pablo (@pablommachado) December 7, 2023
Cometer suicídio em massa?"
O professor palestino Refaat al-Areer, um dos mais proeminentes escritores, poetas e ativistas de Gaza, disse essas palavras em outubro e agora é mais uma vítima de Israel. pic.twitter.com/0h9hJy7nuw
Mas, antes de partir, Refaat alAreer deixou um poema, uma mensagem de liberdade, resistência e esperança.
Se eu devo morrer
Se eu devo morrer,
Você deve viver
Para contar minha história
Para vender minhas coisas
Para comprar um pedaço de pano
E alguns barbantes, (Fazê-lo branco com uma longa cauda)
Para que uma criança, em algum lugar de Gaza
Enquanto olha nos olhos do céu
Esperando seu pai que partiu em uma chama
E não se despediu de ninguém,
Nem mesmo de sua carne,
Nem mesmo de si mesmo
Veja a pipa, minha pipa que você fez, voando lá em cima
E pense, por um momento, que um anjo está lá, trazendo de volta o amor
Se eu devo morrer,
Deixe-a trazer esperança
Deixe-a ser um conto