Não são mais fortalezas sobre a terra, cercadas por muros altos e segurança 24 horas. Bilionários pelo mundo estão construindo bunkers, como aqueles abrigos antiaéreos, alguns com infraestrutura e abastecimento suficiente para anos sem subir à superfície.
Por quê? O que eles sabem que não sabemos? O que eles temem, o caos climático tornando o ar da Terra irrespirável? Ou uma insurreição popular contra a destruição que estão causando ao planeta?
Mark Zuckerberg, da Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp) constrói para si um complexo bilionário de residências no Havaí.
O relatório da Wired destaca que o "complexo de Zuckerberg é composto por cerca de 12 edifícios, contando com diversas casas para hóspedes e estruturas relacionadas à agricultura e criação de gado. Além disso, uma coleção de 11 casas em árvores conectadas por pontes de corda, uma infraestrutura de segurança extrema e sistemas de abastecimento próprios". Por fim, aquilo que é a nova mania entre bilionários: um bunker com uma porta de metal preenchida com concreto.
São centenas de empregados trabalhando nos empreendimentos, com a obrigatoriedade de sigilo sobre o que fazem lá dentro e o que está sendo construído.
Além dos prédios, estão sendo construídas duas casas principais, com todo o conforto que o dinheiro pode comprar, com uma característica a mais: ambas serão conectadas por túneis a um bunker.
Zuckerberg não está sozinho. No livro Survival of the Richest: Escape Fantasies of the Tech Bilionaires ("Sobrevivência dos Mais Ricos: Fantasias de Fuga dos Bilionários da Tecnologia", em tradução livre), o escritor Douglas Rushkoff narra que foi convidado para uma conversa com cinco bilionários.
"Nesse encontro, os participantes, que não tiveram os nomes revelados, contaram seus planos de construir ou comprar bunkers subterrâneos e evitar o que chamam de 'O Evento'. Esse era o eufemismo deles para o colapso ambiental, agitação social, explosão nuclear, tempestade solar, vírus imparável ou hack malicioso de computador que destrói tudo”, escreveu Rushkoff em seu livro.".
Como os bilionários criam tendências (já, já veremos classe média adaptando poços...), algumas empresas exploram o nicho. Entre elas a Vivos.
No caso da Vivos, a empresa vende abrigos que são essencialmente apartamentos subterrâneos de luxo, informa o portal Business Insider. Eles são construídos em instalações convertidas da Guerra Fria e silos de mísseis em todo o mundo. A companhia disse à reportagem que os complexos são projetados para permitir que os residentes operem por no mínimo um ano sem ter que retornar ao mundo exterior.
Bilionários estão destruindo o planeta
Estudo de Lucas Chancel e Thomas Piketty mostram que os maiores responsáveis pelos problemas climáticos do mundo são os bilionários. Quanto mais ricos, mais consomem recursos do planeta.
Um estudo que analisou as emissões de vinte dos bilionários mais ricos do mundo descobriu que cada um deles emitiu, em média, oito mil toneladas de dióxido de carbono. Em comparação, o cidadão médio de um país rico emite cerca de seis toneladas — e a quantidade necessária para atingir a meta de segurança global de 1,5 grau Celsius é um pouco mais de duas toneladas por pessoa (eles consomem oito mil). Uma nova análise dos voos em jatos particulares dos super-ricos também revelou que celebridades e bilionários emitem mais carbono em minutos do que pessoas comuns em um ano.
Por isso constroem bunkers, ao mesmo tempo em que sonham em colonizar Marte a até a Lua. Para nos darem uma banana, assim que "O Evento" acontecer.