Enquanto estamos por aqui, esturricando no calor ou perdendo tudo em enchentes, os bilionários constroem bunkers, onde poderão se refugiar em caso de um colapso total do planeta, que, segundo estudos, não está longe de acontecer.
Mas não apenas os bilionários. Seguindo a moda deles, milionários também estão construindo os seus (logo vamos saber de um Zé, que se entocou num poço...), como mostra a imagem que ilustra esta postagem.
Parece um cemitério, mas é um, digamos, condomínio de bunkers, do The Vivos (muito vivos) Group, empresa que constrói bunkers de luxo a partir de antigos abrigos antiaéreos. Nada que chegue perto ao projeto bilionário e secreto que Zuckerberg está construindo no Havaí.
Elon Musk, mais radical, planeja um condomínio em Marte, onde espera levar os primeiros humanos até o final da década.
Com o preço das viagens espaciais (alguns bilionários pagam algumas dezenas de milhões de dólares para dar um pequeno passeio no espaço), dá para imaginar que uma colonização de Marte servirá apenas como resort espacial de luxo para os ultrabilionários, que assistirão do espaço à destruição do planeta. Causada em sua maioria pelo consumo deles.
É o que mostra pesquisa recente: os ricos estão queimando o planeta. Quanto mais ricos, mais queimam.
Uma análise da Oxfam em parceria com o Stockholm Environment Institute revelou o seguinte:
- As emissões per capita de alguém que faz parte do 1% mais rico são 100 vezes maiores do que as de alguém que faz parte dos 50% mais pobres e 35 vezes maiores do que a meta estabelecida para 2030.
- Desde 1990, os 5% mais ricos foram responsáveis por mais de um terço do crescimento das emissões totais. Os 1% mais ricos foram responsáveis por mais do que toda a metade mais pobre da população.
- Para cerca de 20% da população humana – principalmente a classe trabalhadora e de baixa renda nos países ricos – as emissões per capita realmente diminuíram de 1990 a 2015.
Ou seja, nós estamos fazendo nossa parte, enquanto eles seguem poluindo e destruindo.
Um estudo que analisou as emissões de vinte dos bilionários mais ricos do mundo descobriu que cada um deles emitiu, em média, oito mil toneladas de dióxido de carbono.
Em comparação, o cidadão médio de um país rico emite cerca de seis toneladas — e a quantidade necessária para atingir a meta de segurança global de 1,5 grau Celsius é um pouco mais de duas toneladas por pessoa. Uma nova análise dos voos em jatos particulares dos super-ricos também revelou que celebridades e bilionários emitem mais carbono em minutos do que pessoas comuns em um ano.