Jovem assediada há 7 anos, desde os 15, pede socorro: Vou ser mais um caso nas estatísticas?

Dizem que se algo absurdo acontece no mundo, na Bahia há precedente, pois na Bahia acontece de tudo. O caso da perseguição da jovem influencer baiana Esther Vasconcellos pelo vendedor de churrasquinho no espeto Ubiratahn Santos seria mais um desses, se a impunidade do homem não fosse regra no Brasil.

Há sete anos Ubiratahn Santos assedia Esther, desde os 15 anos dela, em Itabuna, Sul da Bahia.

“Tudo iniciou em 2017. Eu tinha que passar pela ponte, voltar do trabalho, e ele pediu para ficar comigo. Puxou meu braço e eu mandei ele 'se respeitar'. Eu tinha 15 anos na época", relatou.

De lá para cá, o assédio não parou. Mesmo afastado por Esther, Ubiratahn a considera namorada e refém dele, a perseguindo nas redes e nas ruas. Esther é influencer no Instagram, onde tem cerca de 85 mil seguidores.

Tudo piorou quando Esther começou a namorar o atual marido, que é branco, em 2019. Esther e Ubiratahn são negros.

"Foi quando ele disse que eu era racista, por estar com uma pessoa branca e não com um negro. A partir daquele dia, ele começou a me perseguir. Eu andava com meu esposo, ele me ameaça de estupro e de morte", contou. 

Ele já cuspiu nela, já empurrou, deu tapa no braço, agrediu a mãe, que se meteu entre os dois quando pensou que ele fosse atingir a filha com um espeto de churrasco ou uma faca.

Já foram feitos vários BOs, medida protetiva, Ubiratahn já foi preso, mas em seguida liberado para voltar ao assédio.

Nesta semana houve a última. Esther estava com o marido na porta de uma loja, quando Ubiratahn se aproximou.

"Ela é minha mulher. Qual é a cor da sua pele, seu branquelo? Seu macaco!", dizia o homem enquanto agredia o parceiro da influenciadora com socos e pontapés.

Dessa vez a polícia chegou e o agressor foi preso. Até quando ficará?

Segundo o G1 da Bahia, o juiz Murilo Staut informou que já existiu uma atestado que aponta insanidade. Foi determinado que um primo de suspeito levasse ele para tratamento no Centro de Ação Psicossocial (Caps), mas isso não ocorreu.

Como o descumprimento da medida protetiva é considerado um crime leve, não demanda internação. Agora, com a ocorrência e o registro de uma agressão física, Ubiratahn pode ser internado em um hospital de Salvador.

Em seu perfil no Instagram Esther conta seu drama, o receio de ser mais uma vítima de feminicídio, e tem esperança de que desta vez o assediador fique na cadeia. Mas, e depois?

 


Assine e apoie o blog que resiste há 18 anos.