A humilhação a que juíza submeteu Assange antes de condená-lo à liberdade

A mulher de Assange e mãe de seus dois filhos, Stella Assange, publicou em seu perfil na rede X, antigo Twitter, a humilhação a que Julian Assange teve que se submeter para enfim poder ser novamente livre.

Perseguido pelo governo dos Estados Unidos por divulgar crimes de guerra cometidos pelo país, especialmente no Afeganistão e no Iraque, Assange ficou privado de sua liberdade desde que teve que se refugiar na embaixada do Equador em Londres, em 2012, para não ser preso e extraditado aos Estados Unidos, onde poderia ser condenado a mais de 150 anos de prisão. 

A acusação: ter revelado ao mundo o lado (nem tão) oculto do país que se acha no direito de impor aos outros seus pontos de vista a la Pablo Escobar, na base de "Plata ou Plomo" ("dinheiro ou chumbo").

Diante das manifestações cada vez maiores ao redor do mundo pela libertação de Assange, a promotoria dos EUA e a defesa de Assange chegaram finalmente a um acordo, que exigia um pouco de capitulação do líder do WikiLeaks.

Assange assumiria a culpa por haver orientado Chelsea Manning sobre como deveria fazer para enviar os arquivos com os crimes de guerra (mais de 700 mil documentos) e, em troca, seria sentenciado ao tempo de prisão que já cumprira e sairia livre.

Na manhã de terça, dia 25, Assange enfim saiu da prisão para pegar um avião, que obrigatoriamente teria que ser alugado por ele, para voar à Tailândia e de lá às ilhas Marianas do Norte, de que o mundo jamais ouviu falar e provavelmente não voltará a ouvir falar novamente.

A audiência, começou pouco após as 20h, pelo horário de Brasília, e durou cerca de três horas. A juíza do caso, Ramona Villagomez Manglona, aceitou o acordo acertado entre procuradores norte-americanos e a defesa de Assange.

"Você estará autorizado a sair deste tribunal como um homem livre", disse a juíza após a sentença. [G1]


Mas a situação não foi tão simples como Assange esperava. Não bastou chegar lá, assinar a confissão e sair em liberdade. 

A humilhação

A juíza Ramona Villagomez Manglona, sabendo que Assange não concordava com nada daquilo, que só estava assumindo a culpa para se livrar da cadeia e, pior, de uma possível extradição aos Estados Unidos, resolveu humilhá-lo, segundo relata Stella Morris no X:

“Você está diante de mim para ser condenado nesta ação criminal”, diz a juíza Manglona. “Eu observaria o seguinte: o tempo é importante. Se este caso fosse apresentado a mim em algum momento perto de 2012, sem o benefício do que sei agora, que você cumpriu um período de prisão... aparentemente em uma das instalações mais duras do Reino Unido.

“Há outro facto significativo – o governo indicou que não há vítimas pessoais aqui. Isso me diz que a divulgação desta informação não resultou em nenhum dano físico conhecido.

“Esses dois fatos são muito relevantes. Eu diria que se isso ainda fosse desconhecido e mais próximo de [2012], eu não estaria tão inclinada a aceitar este acordo de confissão diante de mim.

“Mas é o ano de 2024”

Ela também considerou o caso e a prisão de sete anos de Chelsea Manning [Chelsea Manning foi a pessoa que vazou os documentos para Assange].

Parece que os seus 62 meses... foram justos, razoáveis ​​e proporcionais ao tempo real de prisão da Sra. Manning.

Ela também reconhece a “provação de 14 anos” de Assange.

“Parece que este caso termina comigo aqui em Saipan”

“Com este pronunciamento, parece que você será capaz de sair deste tribunal como um homem livre. Espero que haja alguma paz restaurada”


O Happy End

 

No final o mocinho e a mocinha se beijam após ultrapassarem o mal.




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