Já imaginou você chegar a seu chefe em plena semana de trabalho e avisar que está saindo para um compromisso no exterior e que só volta na semana que vem?
Mais do que isso: você vai sair, só volta na semana e que vem e vai levar junto com você todos os companheiros de sua seção, que ficará às moscas?
E ainda por cima avisar que vai levar também os chefes de outras seções e membros da diretoria com você, todo mundo vai faltar ao trabalho e "aceite que dói menos"?
Imagine mais ainda: você fazer tudo isso e nem se dar ao trabalho de avisar ao chefe, como quem diz "não tenho satisfação a dar", e pronto.
Pois não precisa imaginar: é o que faz o ministro Gilmar Mendes há 12 anos com o evento de seu IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa) em Lisboa, Portugal, que está acontecendo nesta semana.
Gilmar levou com ele os ministros do STF, outros do STJ, do TSE, do TCU, mais os presidentes da Câmara e do Senado (Pacheco roeu a corda em cima da hora, magoado com a aprovação da descriminalização da maconha), governadores de Estado e ministros de Lula.
Segundo o Poder 360 esta era a lista dos convivas:
A seguir, os números atualizados do “Gilmarpalooza” –entre parênteses, o número de autoridades de cada esfera do poder que constavam na programação inicial:
- 5 ministros do STF (eram 10);
- 12 ministros do STJ (continuam sendo 12);
- 2 ministros do TCU (eram 7);
- 1 ministro do TSE (eram 5);
- 5 ministros de Lula (eram 14);
- 4 governadores de Estado (eram 9);
- 5 senadores (eram 8);
- Arthur Lira + 5 deputados (eram 7).
Sem entrar no mérito do evento, que está em sua 12ª edição, fica no ar a pergunta que não quer calar:
Se em julho temos recesso do Judiciário e do Congresso, por que o evento não é marcado nesse mês? Como justificar a falta ao trabalho de tantas pessoas, que se autodeclaram em viagem abandonando o trabalho na cara dura?
Que exemplo as Excelências dão ao país com esse comportamento?