Venezuela tem seu 8 de janeiro. Pior: com apoio da OEA (leia-se EUA)

A Venezuela está sob golpe de Estado, ao estilo do tentado no Brasil em 8 de janeiro, orquestrado pela extrema direita. 

No caso da Venezuela a situação é ainda mais grave, porque a OEA está apoiando o golpe. Como OEA é apenas um outro nome para EUA, pois é incapaz de qualquer atitude contrária aos interesses do país, significa que os Estados Unidos estão por trás dos panos comandando o golpe. 

Resta ver como vão reagir as Forças Armadas da Venezuela formadas sob o chavismo, que realizou uma transformação radical nas tropas.

Relatório da OEA

Já em sua primeira página o relatório da OEA pega pesado contra o governo Maduro e as eleições na Venezuela e afirma não reconhecer o resultado anunciado pelo Conselho Eleitoral da Venezuela.

O Departamento de Cooperação e Observação Eleitoral (DECO) da Secretaria para o Fortalecimento da Democracia (SFD) da Organização dos Estados Americanos (OEA) considera que, nas atuais circunstâncias, não podem reconhecer os resultados anunciados pelo Conselho Eleitoral Nacional (CNE).  que proclamam Nicolás Maduro vencedor nas eleições presidenciais de domingo, 28 de julho, na República Bolivariana da Venezuela.


Em outro parágrafo elenca o que considera as razões principais para o não reconhecimento do resultado.

Os acontecimentos da noite eleitoral confirmam uma estratégia coordenada, que tem sido implementada nos últimos meses, para violar a integridade do processo eleitoral. A soma de vários elementos torna impossível conceder reconhecimento democrático às figuras oficiais: a opacidade da CNE e a sua resistência à observação nacional e internacional, a extrema desigualdade racial, a intimidação e a perseguição política, a supressão de candidatos, os ataques sobre a imprensa e o direito à informação, o atraso na abertura dos centros de votação e na divulgação dos resultados, a relutância em permitir a entrada de testemunhas das forças da oposição nas mesas e centros de votação ou em entregar-lhes a cópia do escrutínio relatório, a suspensão da transmissão dos resultados dos diferentes centros de votação, a interrupção do serviço da página da CNE desde domingo à noite, o anúncio de um alegado hack ao sistema de transmissão sem fornecer qualquer prova e, sobretudo, a contradição entre o anunciaram percentagens e os exercícios de verificação dos cidadãos que foram tornados públicos no final do escrutínio, que também coincidiram com as amostragens e sondagens de saída que aplicaram metodologias técnicas.

Extrema direita nas ruas

Desde antes da proclamação do resultado, a extrema direita já estava nas ruas dizendo que não aceitaria outro resultado que não fosse a vitória do candidato Edmundo González Urrutia.

Mal o CNE anunciou a vitória e reeleição de Nicolás Maduro, a principal golpista Maria Corina Machado anunciou a vitória de Edmundo González, desacreditando as urnas.


Curioso é que Corina disse que tinha provas de que Edmundo venceu com 70% dos votos, mas não as mostrou. Mas a declaração dela foi a senha para que começassem ataques por todo o país, mostrando que havia um golpe articulado.

Desfecho

Em 2002, o golpe na Venezuela gerou o documentário " A Revolução não será Televisionada". Com o apoio decisivo de Elon Musk, que tem compartilhado postagens golpistas, em 2024 "O Golpe está sendo Xuitado". 


É preciso ver qual será a reação da oposição quando finalmente as atas foram divulgadas, caso confirmem o anunciado pelo CNE, com a vitória de Maduro.

O papel das Forças Armadas será fundamental nesse momento. Se elas vacilarem, Maduro cai, mesmo vencendo. Porque o golpe já está nas ruas. E nas redes.

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