Folha põe Datafolha na rua para ver se campanha contra Maduro está dando certo

Só pode ser esse o sentido da pesquisa Datafolha divulgada hoje, que procurou saber do eleitor paulistano se ele estava informado sobre as eleições... na Venezuela.

O que tem a ver o eleitor paulistano, que vai eleger prefeito e vereadores dentro de poucos dias, com a eleição presidencial venezuelana?

No questionário da pesquisa enviado ao TSE para registro estão lá algumas questões sobre as eleições na Venezuela. 

E a Folha e os outros membros do clube da mídia hereditária (Globo, Estadão) devem estar satisfeitos com o resultados. A campanha sistemática contra Maduro funcionou.

79% dos entrevistados acham que pode ter havido fraude nas eleições.

No entanto, na mesma pesquisa, a maioria confessa que não se considera bem informada sobre as eleições na Venezuela.

24% julgam estar bem informados, mas 31% julgam estar mais ou menos informados e 12% mal informados. É esta a divisão dos 67% dos que tomaram conhecimento do resultado das eleições.


Ainda assim, desinformados como se confessam, quando perguntados se acham que houve fraude 88% respondem que sim.

Logo, a maciça campanha da mídia hereditária e dos grandes portais de internet de que são proprietárias de que o presidente da Venezuela Nicolás Maduro é um ditador e de que as eleições foram fraudadas colou — pelo menos na maioria do eleitorado paulistano.

Isso naturalmente será usado contra Guilherme Boulos, que é candidato do PSOL e do PT de Lula, que será associado ao "ditador" Maduro e à tal "fraude" não provada, que teria ocorrido na Venezuela.

Tudo o que se puder colar de negativo em Boulos será bem-vindo para a mídia hereditária, especialmente a Folha, que durante bom tempo (até que o esquema fosse desmascarado) ganhou dinheiro da prefeitura de Ricardo Nunes travestindo de reportagens do jornalão o que na verdade era propaganda de ações da prefeitura .

A pesquisa Datafolha ouviu 1.092 pessoas de 16 anos ou mais, presencialmente, em São Paulo nos dias 6 e 7 de agosto. A margem de erros é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.



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