No domingo, 15, o Serviço Secreto dos Estados Unidos prendeu um homem suspeito de estar à espreita para concretizar um atentado contra o ex-presidente e atual candidato Republicano à presidência dos EUA, Donald Trump.
Seria o segundo atentado ao bilionário de extrema direita em dois meses.
Um de seus maiores e principais apoiadores, o também bilionário de extrema direita Elon Musk, publicou em sua rede X uma postagem irônica e sugestiva, logo após a prisão do suspeito:
"E ninguém está nem tentando assassinar Biden/Kamala", uma publicação que ele encerrou com um emoji de um rosto com uma sobrancelha levantada.
Muitos de seus seguidores — menos os do Brasil onde o X continua bloqueado até que Musk obedeça à Justiça brasileira — viram incentivo a um atentado contra o atual presidente, Joe Biden, e sua vice e candidata Democrata, Kamala Harris.
Como costumam fazer os radicais de extrema direita, Musk logo apagou a publicação, pois ela já não era mais necessária: já havia alcançado e, em muitos casos, sido distribuída por vários de seus quase 200 milhões de seguidores na rede X.
Além do mais, a postagem pode ser apagada, mas o print é eterno, como prova a imagem que ilustra esta matéria.
Na mira do The U.S. Secret Service
O Serviço Secreto dos Estados Unidos investiga o bilionário.
"O Serviço Secreto está ciente da publicação nas redes sociais feita por Elon Musk e, como uma questão de prática, não comentamos sobre assuntos que envolvam inteligência protetora", disse um porta-voz à Reuters em um e-mail. "Podemos dizer, no entanto, que o Serviço Secreto investiga todas as ameaças relacionadas aos nossos protegidos."
Musk não apenas apagou a postagem como escreveu outra praticamente se desculpando:
"Bem, uma lição que aprendi é que o fato de eu dizer algo para um grupo e eles rirem não significa que será tão hilário como uma publicação no X."
Tão inocente... Mas ao apagar a mensagem e postar uma justificativa, Musk mostra que não quer saber de encrenca com o Serviço Secreto.
Atitude bem diferente que teve com a Bolívia, quando assumiu que participava de golpes de Estado e assim o faria sempre que julgasse necessário ("Lidem com isso"), e com a Justiça brasileira, quando resolveu desobedecer a ordem do ministro Alexandre de Moraes de bloquear perfis que incentivavam golpe no Brasil.
A Casa Branca criticou Musk por sua postagem.
"A violência deve ser condenada, nunca encorajada ou motivo de piada. Essa retórica é irresponsável", disse o porta-voz da Casa Branca, Andrew Bates, na segunda-feira.