Ministra alemã defende Israel bombardear escolas e se cala sobre 16 mil crianças mortas

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha Annalena Baerbock declarou que Israel tem direito de "eliminar terroristas" e bombardear escolas, o chamado direito à autodefesa — nome que Israel e seus apoiadores dão àquilo que o Tribunal Penal Internacional considerou genocídio, pelo qual pediu a prisão do primeiro-ministro Benjamim Netanyahu.


"Autodefesa é claro significa não apenas atacar terroristas, mas destruí-los. É por isso que eu deixei isso tão claro. Quando os terroristas do Hamas ficam atrás de pessoas, atrás de escolas, então entramos em um assunto bastante difícil, mas nós não fugimos disso. É por isso que eu deixei claro na ONU que as áreas civis também podem perder seu status protegido, porque terroristas abusam. Isso  é o que a Alemanha apoia" — declarou a ministra.

 

Áreas civis perderem "status protegido" (geralmente escolas, hospitais, templos religiosos) significa na prática "podem ser bombardeadas". "Isso é o que a Alemanha apoia", ela diz.

 

 

Números do genocídio 


  • Oficialmente, em um ano, Israel matou em Gaza mais de 41.909 palestinos, incluindo 17 mil crianças. A conceituada revista The Lancet constatou que as mortes diretas e indiretas em Gaza podem chegar a 186 mil pessoas. Há milhares de corpos não resgatados debaixo dos escombros criados pelos bombardeios que ainda não foram contabilizados. 
  • Mais de 97.303 palestinos foram feridos em Gaza. Pelo menos 25% dos feridos provavelmente sofrerão lesões que mudarão suas vidas, incluindo mais de 15 mil casos de lesões nas extremidades e cerca de 3,5 mil amputações, de acordo com a OMS.
  • Outros indicadores de violações do direito internacional incluem o dado de que mais de 75% de todos os jornalistas mortos em todo o mundo em 2023 foram mortos em Gaza. O número de trabalhadores humanitários mortos em Gaza no ano passado é o maior de todos os tempos em uma única crise.
  • Israel lançou 70 mil toneladas de bombas em Gaza, superando os bombardeios da Segunda Guerra Mundial em Dresden, Hamburgo e Londres juntos.
  • A ONG Euro-Med Human Rights Monitor conseguiu mapear pelo menos 30 valas comuns, com 3 mil corpos de palestinos mortos no genocídio de Israel. “Queimem Gaza agora, nada menos que isso!”, publicou no X o vice-presidente do Knesset, Nissim Vaturi, em novembro de 2023. [Brasil de Fato]


TPI pede prisão de Netanyahu

 

Em 20 de maio, o Tribunal Penal Internacional, localizado em Haia, na Holanda, recebeu um pedido de prisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por vários crimes contra a humanidade no genocídio palestino em curso na Faixa de Gaza.

 


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