Bye bye Google Chrome. É o fim do mais popular navegador web do mundo?

Os esforços dos órgãos reguladores antitruste dos Estados Unidos conseguiram uma vitória em agosto contra a Alphabet (a dona do Google), com o reconhecimento de que a empresa monopoliza ilegalmente o sistema de buscas e prejudica a livre concorrência. 

Após essa decisão de agosto, os promotores do Departamento de Justiça dos EUA propuseram ao juiz do caso na quarta-feira três soluções: 

  1. a Alphabet deve vender o navegador Chrome, 
  2. a Alphabet de compartilhar dados e resultados de busca com rivais, 
  3. a Alphabet deve possivelmente vender também seu software para smartphones Android. 

As ações da Alphabet fecharam em queda de quase 5% na quinta-feira. Este seria o fim do mais popular navegador da internet, responsável em alguns países por 90% do mercado de navegadores. 

Dados da última pesquisa StatCounter, relativa ao período janeiro de 2023-janeiro de 2024 mostraram a liderança incontestável do Google Chrome no Brasil: 

  1. Chrome (75,27%) detém a primeira posição 
  2. seguido de Safari (9,21%), 
  3. Opera (4,69%), 
  4. Edge (4,01%), 
  5. Samsung Internet (2,51%) e 
  6. Firefox (2,44%). 

No mundo, o Chrome tem 63,9% e o segundo colocado, Safari, 19,72%. 

Se a Alphabet tiver que abrir mão mesmo do Chrome, será o fim do navegador, pois mesmo quem venha a assumi-lo não terá mais a equipe do Google na sua administração, nem mesmo o feedback dos outros produtos da empresa para ajudar em seu desenvolvimento futuro. Será o fim do Google Chrome. 

 

Mas isso vai acontecer? 

 

A vitória eleitoral de Donald Trump e sua nova administração pró-negócios no próximo ano pode mudar esse esforço e os processos legais podem durar anos, disseram os especialistas. 

"Isso me parece um pedido exagerado", disse Kevin Walkush, da Jensen Investment Management, que detém ações do Google (sic) e está cético quanto à possibilidade de uma alienação do Chrome. 

"Você pede tudo o que é possível, não necessariamente com um olhar voltado para o que seria provável e proporcional, e depois vê o que fica" — disse. 

Walkush espera que o caso do Google leve anos para ser resolvido, já que a empresa está recorrendo. "As engrenagens da justiça não giram rapidamente", disse ele. 

 

A visão da Alphabet 

 

A Alphabet classificou a abordagem do DOJ como "um exagero governamental sem precedentes que prejudicaria os consumidores, os desenvolvedores e as pequenas empresas americanas", dando como exemplos a diminuição da privacidade do usuário e menos financiamento para empresas como a Mozilla, fabricante de navegadores, quando elas apresentam a pesquisa do Google. 

O Chrome, o navegador da Web mais usado, é um pilar dos negócios do Google, fornecendo à empresa dados valiosos de usuários que a ajudam a direcionar anúncios. O negócio de anúncios de busca gerou mais da metade da receita total da Alphabet, de US$ 88,3 bilhões, no último trimestre. 

 

Outras propostas do DOJ 

 

As propostas do DOJ também incluem exigências para que o Google licencie os resultados de pesquisa a um custo nominal e compartilhe gratuitamente os dados de usuários que coleta com os concorrentes. 

Gil Luria, analista da D.A. Davidson, disse que é mais difícil determinar o impacto do fato de o Google ter que abrir seus dados de pesquisa até que os termos sejam mais claros. 

Já o Center for Journalism & Liberty disse que o licenciamento de seus dados de busca pelo Google seria"transformador" para os editores de notícias, pois os ajudaria a entender melhor seu público.

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