No mesmo dia em que o Brasil foi acordado com a notícia de que um grupo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso pela PF sob acusação de planejar um golpe de Estado em que seriam assassinados o presidente Lula, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF e à época presidente do TSE Alexandre de Moraes, a Folha, que tem se comportado como relações públicas do clã Bolsonaro, resolveu fazer uma enquete inacreditável.
Ainda que o assunto fosse relevante, já que medida nesse sentido é discutida na Câmara, a notícia da prisão dos envolvidos e o motivo delas já deveria ser motivo suficiente para a enquete ser jogada no lixo.
Além do mais, se está querendo saber a opinião dos brasileiros sobre o tal projeto de anistia a Folha deveria utilizar o Instituto Datafolha, que pertence ao grupo que publica o jornal, para fazer uma pesquisa séria e não uma enquete, que pode ser manipulada à vontade por não ter nenhum rigor científico.
Por que a Folha não fez isso?
A resposta é simples: porque já fez e ao que parece não gostou do resultado
No dia 29 de março deste ano, a Folha divulgou o resultado de uma pesquisa Datafolha:
A anistia para os envolvidos nos ataques de cunho golpista do dia 8 de janeiro de 2023 contra as sedes dos três Poderes é rejeitada por 63% dos brasileiros, revela a mais recente pesquisa do Datafolha. São a favor do perdão 31% dos ouvidos, ante 2% que se dizem indiferentes e 4% que não opinaram.
Os números foram aferidos nos dias 19 e 20 de março com 2.002 entrevistados. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A Folha parece querer testar se a enquete de agora apresenta um resultado diferente, que
esquente o projeto na Câmara e torne mais fácil sua aprovação. Uma enquete que pode ser usada por bolsonaristas para votarem em massa em favor da anistia.
Afinal, a Folha trabalha para livrar os bolsonaristas ou é apenas para conseguir clicks que ela zomba do país com essa enquete?
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