A jornalista Míriam Leitão deu uma informação que deixou os golpistas da operação "Punhal Verde e Amarelo" mais preocupados ainda do que ficaram com a prisão do general Braga Netto no sábado pela manhã.
Na hierarquia do golpe, segundo o rol anotado no Plano da operação, que foi confeccionado pelo general Mário Fernandes, preso antes de Braga Netto, o ex-vice da chapa de Bolsonaro só estava abaixo do general Heleno e do principal beneficiário do golpe, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o "Valente Fujão", que implorou por um golpe de Estado, mas fugiu para os Estados Unidos.
Uma fonte citada pela jornalista informou que foram apreendidos na operação de prisão de Braga Netto e de apreensão de material com seu auxiliar e braço direito coronel Flávio Peregrino, uma quantidade imensa de material com possibilidade de lançar ainda mais luzes sobre tudo o que aconteceu durante a tentativa frustrada de golpe.
Braga Netto era o operacional do golpe, o CEO no organograma da operação "Punhal Verde e Amarelo".
"O general Braga Netto continuava, seguia, como disse a minha fonte, seguia buscando dados sigilosos das investigações. E dessa forma, com a sua rede de contatos, ele poderia interferir na investigação. Esse é que é o risco. Outro motivo: O fato de que se descobriu que ele é... levou o dinheiro, 100 mil reais, ele que entregou, isso o colocava no mesmo patamar dos envolvidos na execução do plano desse plano de Copa 2022, "Punhal Verde e Amarelo" que nesse momento estão presos. Então ele fica no mesmo patamar. Eles acham que ele tem também muito poder e influência e portanto significava ainda, significa ainda um risco à ordem pública. Foram esses três motivos que me deram na informação que eu fui buscar. Eu também fui perguntar o seguinte: na conversa lá, quando na delação, na colaboração premiada do major [na verdade, tenente-coronel] Mauro Cid, ele diz o seguinte, que ele pegou esse dinheiro com o pessoal do agronegócio. Eu perguntei se iam investigar o pessoal do agronegócio. A minha informação é que tem muita informação nova nos telefones celulares apreendidos ontem, cujo conteúdo já foi captado pela Polícia Federal, já foi captado, já está, portanto, em análise. E além disso, com o assessor, o coronel, que é assessor do general Braga Netto, que é o Peregrino, Flávio Peregrino, ele tinha na mão dele dezenas, a palavra foi dezenas de pendrives, e isso tudo está sendo analisado nesse momento, eles acham que tudo isso levará a quem exatamente no agronegócio, né? Quando você fala agronegócio parece que é muito, tem muita gente séria, tem muita gente boa e tem muita gente, e tem gente que estava envolvida com isso. Então... Essas informações podem estar em todo esse conteúdo que foi apreendido. Que outra informação se tem? O que isso leva? Leva à conclusão de que as investigações continuam. Portanto, ainda que tenha aqueles 40 indiciados, as investigações continuam porque mais informações estão chegando."
Com essa quantidade de material, ficam em pânico não apenas os militares envolvidos, mas também os apoiadores do agronegócio, que financiaram um golpe que previa assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, uma ousadia criminosa jamais vista na História.